Autismo: frio na barriga sempre (Google Imangens) |
De todas as analogias que já ouvi e li sobre os sentimentos de mães e pais a respeito do autismo de seus filhos, a que mais me enquadro é a que diz que será como uma montanha russa. Às vezes, você estará no alto. Às vezes, estará em baixo. E, às vezes, vivendo aquela sensação terrível que é estar em queda livre.
Há alguns dias, uma mãe contou que alguém olhou para um estereótipo do seu filho (andar na ponta dos pés) e perguntou se ele era bailarino. Esse tipo de comentário fere, claro. Mas, acredito que um pouco de sangue frio não faz mal a nós mesmas.
Meu filho não anda na ponta dos pés (isso também é chamado de “marcha do espectro”), e quando a situação chega nem sempre reagimos como analisando de fora. Porém, acredito que minha reação passaria perto disso:
"Não. Meu filho não faz balé, eu me orgulharia muitíssimo se fizesse e se um dia ele escolher ser bailarino serei a primeira a apoiá-lo. Eu não sei se você já ouviu falar em espectro autista ou autismo, mas andar na ponta dos pés é uma das características desse transtorno e meu filho ainda não pode controlar esse impulso facilmente, como eu posso e como você pode também".
Algumas mães carregam folhetos sobre autismo - estão por toda internet, fácil de localizar e imprimir - para situações como essa. Acho válido, é uma chance de difundir o transtorno com a perspectiva de minimizar o preconceito.
Pode ser que o comentário, aparentemente preconceituoso, seja apenas fruto do desconhecimento, da ignorância do comentarista. Caso a pessoa já tenha ciência da dificuldade da criança e ainda assim comente algo do tipo, então, chamarei só de maldade, para ser minimamente educada.
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