sábado, 26 de dezembro de 2015

Indo


Eu quero começar o texto de hoje já com um pensamento positivo.

Que as pedras no caminho não nos façam esquecer o essencial: já estamos no caminho.

Não é fácil ver nossos filhos em dificuldade, tenham eles ou não necessidades especiais. Cada mãe, cada pai que ama de forma incondicional, daria tudo para trocar de papel com os pequenos. Assim, nossos filhos não adoeceriam, não chorariam, não sentiriam dor física e emocional. Somente nós.

Mas, não são sobre esses pilares que se apoia a humanidade. Nossos filhos vão sofrer diante de nossa força descomunal para minimizar seus sofrimentos. E vão chorar. Vão ser olhados com incompreensão e incredulidade. Vão cruzar com muitas pessoas que jamais os ajudarão e ainda por cima farão questão de atrapalhar. É difícil ler isso. Também achei difícil escrever, contudo, aqui estão algumas das verdades da vida. 

Algumas outras verdades são: estaremos sempre com as mãos embalsamadas para tratar as feridas das quedas deles. Eles vão cair, precisamos ensiná-los a levantar e mais do que isso: como é importante não se manter no chão. Acarinharemos os seus cabelos macios, sentiremos o seu cheiro de filho (ah, que bom que cheiro de filho dura a vida inteira), velaremos o seu sono como uma coruja que não precisa dormir. Essas verdades aqui são mais determinantes do que as primeiras.

Não, eu não sou uma mãe perfeita, não enfrento todas as ocasiões com serenidade, muitas vezes escolho a hora errada para agir e ainda por cima ajo mal. Já me descontrolei até o último fio de cabelo, já chorei de cair soluçando, já atirei coisas na parede. Isso em 3 anos de maternidade! Que vergonha, não?! É que não preciso fingir que tenho punhos de aço ou que só carrego flores nas mãos. Sou um mãe apenas, e, nossa!, como erro. De, às vezes, pensar que o erro da vida deles sou eu.

Afora os exageros, o bom de ser adulta é poder se decompor da culpa para prosseguir. Só posso seguir em frente. Sempre foi assim, mas, parece que antes essas coisas não acessavam claramente o fundo das minhas percepções. Eu cresço enquanto me esbagaço, deve ser isso que chamam "aprender com os próprios erros". Opa, então tenho conserto. 

4 comentários:

  1. Sentimento de dentro, verdades vividas por outras pessoas, como eu... Incrível a sintonia de nossos filhos, mas acho mais incrível ainda a nossa sintonia de mãe...

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  2. Essa sintonia também nos ajuda a compreender o sentido da vida. Não é mesmo? Beijos e obrigada pela visita.

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